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jueves, 13 de abril de 2017

Professores Voltam a Greve


Professores voltam à greve no final de abril

Os sindicalistas disseram que os professores perderam o medo e estão dispostos a nova paralisação já no final deste mês, caso os seus problemas não sejam resolvidos.,

O Sindicato dos Professores (Sinprof) denunciou detenções e coações sobre os docentes, durante os três dias de greve que decorreram em todo o país desde quarta-feira até sexta-feira da semana finda, prometendo desde já nova paralisação no final do mês.

O presidente do Sinprof, Guilherme Silva, no balanço desta greve de três dias em todo o país, mas, que se fez sentir, sobretudo na cidade capital, onde houve uma adesão de 90%, dos grevistas.


“É um recado para o patronato, que no começo dizia que a greve não teria adesão superior a 10 porcento. A adesão supera os 90 por cento e isso revela a desmotivação dos professores”, disse o sindicalista.

Guilherme Silva exortou o governo a fazer uma “leitura” desta greve, porque os professores “são profissionais que formam outras profissões” e que precisam “maior valorização”, recordando mesmo que estará à vista nova paralisação caso as inquietações da classe docente não sejam respondidas, como aumentos salariais ou progressão nas carreiras.

“É este o recado que os professores dão ao governo e se insistirem na arrogância, então os professores voltarão à carga no intervalo de 24 de Abril a 5 de Maio, podendo haver uma nova paralisação”, sublinhou.

O Sinprof diz aguardar desde 2013 por respostas do Ministério da Educação e das direcções provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, mas “nem sequer 10 por cento das reclamações foram atendidas”.

No decurso da greve dois professores foram detidos pela polícia.
“Tivemos detenções na província do Kwanza Norte, onde uma colega nossa foi detida e solta no mesmo dia. Tivemos igualmente detenções no município de
Cacuaco, em Luanda, onde de seguida o nosso colega foi solto. São formas de
pressões e ameaças que violam a lei da greve”, precisou.

O presidente daquele sindicato acrescentou que professores do quadro probatório, contratados em regime eventual, “foram coagidos” neste processo, a fim de não aderirem à greve.

“É chantagem e jogo baixo dos dirigentes do Ministério da Educação. Ninguém será despedido e se eles tentarem fazer isso, nós vamos recorrer ao tribunal para resolver a questão”, advertiu.

Houve recurso ilegal a professores estagiários para leccionar em províncias do interior do país durante a paralisação que os professores levaram a cabo.
Hoje , os professores retomam o curso normal das aulas, esperando por verem solucionadas pelo menos a actualização de categorias e o pagamento “na totalidade” dos subsídios já aprovados, sob pena de voltarem à greve a 24 de Abril.
O sindicalista refere por outro lado que os professores continuam dispostos a dialogar e aguardam por algum “sinal” do governo.
“O medo está vencido, estamos abertos ao diálogo antes, durante ou depois da greve”, concluiu.